sábado, 27 de junho de 2009

Sobre Michael

Desde quinta-feira, 25 de junho de 2009, não se fala de outro assunto que não seja Michael Jackson. O Rei do Pop morreu na quinta-feira e desde então a televisão se ocupa com especiais sobre o astro, exibição de shows, depoimentos e homenagens.

Eu mesmo confesso que não era tão ligado assim em MJ porque, na verdade, peguei mais sua decadência que seu sucesso. Mas sempre achei legais as poucas músicas que conhecia dele e sempre pensei nele como um artista completo. Dançava como ninguém, inventou o "Moonwalk", cantava bem. Foi um fenômeno de vendas - o disco mais vendido do mundo é dele -, o que não atesta sua qualidade, mas, talvez, nesse caso, sim.

Teve problemas, muitos. Foi o único homem de que se tem notícia que nasceu preto e morreu branco. Foi milionário e endividado, casado, teve filhos, quase jogou um filho da varanda, quase perdeu o nariz. De fato, muitas bizarrices marcaram seu caminho.

Mas é interessante ver como a mídia o idolatrava no auge e como o ridicularizou na época da decadência. É impressioante: sempre em busca por audiência e vendas de jornais, mas nunca preocupada com a intimidade das pessoas! A mídia brasileira, ou até mundial, tem realmente muito que melhorar.

Voltando ao Michael, é muito fácil criticar o cara. Porém ninguém pára pra pensar o quanto deve ter sido difícil ser o grande Michael Jackson. Ser uma celebridade, estar no topo das paradas musicais dos EUA aos 6 anos de idade, alguém sabe o que é isso, ou o que isso pode provocar na cabeça de uma pessoa? Ensaiar pra cacete, pressionado pelo pai, talvez, até perder a infância... Vai ver por isso ele tenha criado o tal desejo de ser criança pra sempre e ter ido morar em Neverland. Ele chegou a dizer que seu pai não o amava e que o transformou numa máquina. Principalmente depois do Thriller levou uma vida de mega-celebridade, ganhou rios de dinheiro, mas será que ele era feliz? Será que não sentia um vazio gigantesco? Dois casamentos que não deram certo e morreu... sozinho. Só que, cercado de multidões quase a vida toda, talvez ele também tenha vivido sozinho, talvez todos nós vivamos sozinhos, sei lá.


Enfim, fizeram muita piadinha, falaram que sua morte foi boa pras criancinhas, mas deve-se levar em conta o lado humano do mito. Ele foi bom e mal, assim como todos nós, acredito. Podem falar o que for, mas o cara foi foda, é foda, porque a obra dele vai ficar aí por muito tempo. Deixo muito claro que deve-se separar a pessoa do artista. As acusações todas de pedofilia, acredito que são verdadeiras e só não foi provado porque o cara era o Rei do Pop. Considero pedofilia um crime hediondo e execrável, mas a música e dança do cara eram fantásticas. Podem até falar que é modismo, mas vou procurar conhecer melhor a música do Michael agora que ele morreu sim. 25 de junho de 2009, um dia histórico, triste e alegre... ou um dia qualquer, você que sabe. Mas morreu alguém que soube se destacar em meio a tanta gente - e, o diferencial, se destacar com qualidade.

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