sábado, 9 de maio de 2009

Sem explicação

Estava cansado, estava vazio. O dia inteiro se refazia na sua cabeça, muitas coisas, mas... nada! Uma música de fundo, um piano, uma preguiça peçonhenta... Não sabia porque estava, não sabia de mais nada. Flashes insistentes: um barulho de céu caindo, uma luz escura e nebulosa, aquele olhar agudo (nem bom, nem mal), aquelas palavras confusas, um turbilhão de sentimentos e, por fim, um telefonema ranzinza de uma pessoa incrível.

Já passaram-se horas, descansara demais. A cabeça caída, a televisão ligada, acordou: Por que tudo ao contrário? Por que aquela festa toda? Todo aquele colorido, aquela confusão... depois? Tudo escuro, chão limpo como que por encanto, cabeça doendo como que por bebida, coração doendo como que por pranto, por profunda ferida. Febre. Já não tinha mais saúde, o dedão do pé doía e mais alguma outra coisa...

Sentia um cheiro esquisito, não sabia se de bruma ou de brisa, não sabia mais o que era cheiro. Ali, não tinha certeza ou convicção alguma. Era feliz, já fora muito feliz. Mas naquele momento poderia morrer.

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